sábado, 7 de julho de 2007



Caro amigo,

É com especial apreço que lhe escrevo essa mensagem, de grande importância para os ideais que defendemos e, pedindo a sua máxima atenção, começarei expondo os motivos.

Em 1987 durante os debates da Constituição Federal nossa grande preocupação foi retirar a cláusula pétrea(1) que impedia os monarquistas de manifestarem sua opinião; em segundo lugar e não menos importante a realização do prometido plebiscito (2) sobre formas e sistemas de governo.

No período republicano até os comunistas tinham liberdade de defender um modelo de estado, enquanto que os monarquistas tiveram seus direitos políticos cassados, por quase 100 anos, até a promulgação da Constituição de 1988.

Com os direitos políticos readquiridos surgiu um impasse que eu mesmo sofri: a grande maioria dos partidos políticos tinha em seus manifestos e propostas voltadas para a República. No início dos anos 90 somente o PSDB defendia em seu manifesto o sistema parlamentarista.

Após 15 anos da realização do Plebiscito de 1993, a questão sobre a forma e sistema de governo ficou apagada dos debates partidários. Curiosamente, recentemente, surgiram vários partidos explicitamente republicanos, como os Partido da República e Partido Republicano Brasileiro.

Os Príncipes do Brasil, seguido dos grandes doutrinadores e líderes monárquicos, são contra qualquer partido monarquista. Mantém a Causa Monárquica supra-partidária, considerando o movimento monárquico como um fator de união para todos os brasileiros descontentes com o atual sistema republicano. Mas faz-se necessário uma ação direta e a nível eleitoral. Não podemos ficar omissos diante do tao lamentável cenário político que vivenciamos.

Comecei a pesquisar partidos que, em seus manifestos e programas, sejam neutros em relação a forma de governo. Encontrei alguns, mas o mais significativo foi o Partido Federalista.

O Partido Federalista têm propostas que permitem um governo monárquico e parlamentarista, pois o federalismo esta focado no modelo de gerência do estado. A democracia interna do partido já é aplicada na prática, no estatuto, e várias propostas tem tendência inovadoras e de bom senso.

Nos primeiros contatos com os líderes federalistas apresentei a questão monárquica que foi bem aceita. O Sr. Tomas Korontai, presidente da Executiva Nacional, não encontrou contradições entre monarquia e federalismo e disse aos amigos monarquistas presentes da possibilidade de um Plebiscito no projeto de Constituição Federalista. Com essa possibilidade, eu e vários amigos monarquistas aderimos também ao ideal federalista.



Demos início aos trabalhos na Causa Federalista em maio último, fizemos pequenas campanhas e divulgamos em caráter pessoal nos grupos monarquistas. Agora é chegada a hora de fazer algo amplo, rápido e organizado com foque para 2008. Durante os últimos 14 anos fiquei, com a maioria dos meus amigos, sendo um espectador da história; esta mais do que na hora de mudar, passar a ser protagonista da mudança!

Um outro fator importante, e que muito carece aos monarquistas e mesmo aos federalistas, é a vivência partidária. Alguns amigos que participaram efetivamente de partido político ou foram candidatos são unanimes em reconhecer que o aprendizado é constante e a experiência ganha é algo incalculável.

Agora é o momento ideal para aplicarmos o que o Dr. Willian James, filósofo de Harvard, disse ser a maior descoberta dos últimos anos: "Até bem pouco tempo atrás - disse ele - pensava-se que, para agir, você tinha antes que sentir. Hoje nós sabemos que o contrário também é verdadeiro: você começa a agir e a vontade aparece.”

Estou lhe encaminhando uma nota dos federalistas e alguns itens do estatuto do partido, estou certo que o amigo verá o diferencial desse partido diante dos demais.



Cordial abraço,

Jean Alex Tamazato


(1) Carta do Príncipe Dom Luiz aos Constituintes
(2)Art. 1 do Decreto N.1 de 15 de novembro de 1889