Jean Tamazato*
Em 1995, Bill Gates publicou o
livro "A Estrada do Futuro", onde afirmava que, em um futuro breve,
haveria mais computadores do que aparelhos de televisão e que nossas compras
seriam feitas com base nas palavras pesquisadas em buscadores. Na época, eu não
acreditava nisso, especialmente quando ele mencionou que seria uma realidade
para todos os países. Ao longo desses quase 30 anos, a maioria das previsões de
Gates foi aceita e confirmada.
Pessoas ligadas a esse tema têm
falado que o futuro da energia está na Lua, através do hélio-3. Uma pequena
porção do tamanho de um ovo de galinha seria suficiente para produzir energia
para abastecer uma cidade como São Paulo. Isso poderia ser a solução para o
problema energético, permitindo-nos operar grandes máquinas e naves espaciais,
como vemos em filmes de ficção científica como "Jornada nas
Estrelas". A instalação de bases na Lua e em Marte já está prevista, e,
quando isso acontecer, teremos acesso a uma energia ilimitada e à mineração de
minérios raros.
Recentemente, Sérgio Sacani
comentou sobre a possibilidade de levar material bruto para a Lua, onde um robô
autônomo, controlado por um operador na Terra através de realidade virtual,
poderia trabalhar para reproduzir mais comuns, gerando um efeito progressivo e
impressionante. Esses assuntos eram difíceis de abordar, mas a energia quase
ilimitada e de baixo custo proporcionada pelo hélio-3 pode tornar isso
possível, permitindo que, em 20 ou 30 anos, tenhamos cargueiros
interplanetários.
Acredito que a mudança se dará
quando começarmos a ver sinais desse novo mundo, ou seja, inovações vindas
literalmente do espaço. Alguns economistas preveem que essa nova economia será
de quatrilhões, transformando a nossa realidade econômica. Hoje, em 2024, já
vivemos uma desmaterialização das coisas, como com o Pix e as moedas digitais.
O novo "DREX", uma moeda digital governamental, promete um controle
sem precedentes. Com um custo fixo para produzir grandes quantias, ele
permitirá uma flexibilidade que jamais vimos na história.
A mecanização, a robótica e a inteligência artificial massificarão produtos, transformando-os em commodities no mercado internacional. No Brasil, especialmente entre os parlamentares da direita, vejo discussões que, apesar de fazerem sentido, carecem de uma visão sobre essa mudança iminente.
Recentemente, o apresentador
Ratinho, um produtor de gado de corte, decidiu sair do negócio ao perceber a
dificuldade em definir preços diante do monopólio da Friboi. Também assisti a
uma entrevista em que Sérgio Sacani mencionou que o presidente Lula, conhecido
por seu orgulho no pré-sal, também pode querer explorar novas reservas de
petróleo na Amazônia e no Nordeste. Caso contrário, se seguir as diretrizes do
IBAMA, a gasolina pode atingir preços exorbitantes, especialmente com o
declínio das reservas do pré-sal em 2027.
Há elementos imprevisíveis que
não conseguimos antecipar, assim como não previmos o impacto das redes sociais
e dos celulares em 2012. Hoje, em 2024, temos empresas como Mercado Livre e
Amazon, que entregam produtos em poucas horas após a compra.
Por exemplo, para cultivar 2
hectares de café, eram necessários 20 empregados fixos e 90 durante a colheita,
enquanto para a mesma área de soja, basta a família e uma máquina agrícola
compartilhada. Isso fará com que a maioria das pessoas opte pela soja e outros
cereais, relegando o café a áreas montanhosas e, talvez em 2030, a um produto
reservado à elite econômica.
Se refletirmos sobre esses
exemplos e observarmos os jovens ao nosso redor, podemos nos sentir pessimistas
quanto ao futuro. No entanto, acredito que a mudança virá, seja pela
tecnologia, pela ação dos governos ou por outros fatores. Aqueles que não se adaptarem,
não tiverem conhecimentos em informática, um segundo ou terceiro idioma, e
mobilidade, poderão ser considerados "aposentados" pelo sistema.
GATES, Bill. A
Estrada do Futuro. 1. ed. Nova York: Viking Penguin, 1995.
NASA. Helium-3
on the Moon. Disponível em: https://www.nasa.gov Acesso em: 16 out. 2024.
BANCO CENTRAL DO
BRASIL. Pix. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/pix. Acesso em: 16 out. 2024.
INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Projeções da População.
Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9076-projecao-da-populacao.html.
Acesso em: 16 out. 2024.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). As novas configurações familiares. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=15003. Acesso em: 16 out. 2024.
Artigo publicado em http://tamazato.blogspot.com
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